quarta-feira, 29 de junho de 2016

Judaísmo e Cristianismo


Persistentemente nas últimas décadas, os olhos do mundo focam frequentemente a minúscula nação de Israel. Qual é o significado desta nação e a sua religião?

O foco deste artigo é a religião dos Judeus. Quando estudamos o Judaísmo, contudo, devemos compreender que há uma distinção entre o povo Judeu e a religião dos Judaísmo. Muitos Judeus não abraçam o Judaísmo e consideram-se seculares, ateus ou agnósticos.

O termo Judaísmo é usualmente usado para identificar a fé dos modernos Judeus assim como os Judeus do Antigo testamento. Para o nosso propósito, o termo é usado para referir a religião que os rabis estabeleceram 200 anos antes de Cristo e consolidaram em 70 D.C.


Nesta altura, ocorreram progressos no Judaísmo rabínico que os distinguiram da fé do Antigo Testamento. Surgiram novas instituições como a sinagoga (casa de adoração e estudo), o gabinete do Rabi (um líder que mantém a autoridade religiosa) e a yeshivot (academia religiosa para treino de rabis). Uma das grandes mudanças veio com a destruição do Templo em 70 D.C.. Os sacrifícios e o sacerdócio terminaram e os rabis tornaram-se uma autoridade nos assuntos espirituais e legais.

Mais tarde, a partir do Século 18, desenvolveram-se três grandes ramos do Judaísmo: Ortodoxos, Reformadores e Conservadores. O judaísmo Ortodoxo mantém a inspiração divina do Antigo Testamento, enfatizando uma autoridade especial dos primeiros cinco livros, e reconhece o Talmude como autoridade de interpretação da Lei Judaica. Estes ramos continuam a observar as Leis Judaicas tradicionais que perduraram por muitos séculos. Uma seita ultra-ortodoxa dentro deste ramo é o movimento Hasidic. Esta seita adere rigorosamente à Lei de Moisés e é um grupo separado.

O Judaísmo Reformador é a ala liberal. Foi fundado por Abraham Geiger na Alemanha no Século 18, (1810-1874). Geiger foi influenciado pelo Iluminismo, que considerava razão e ciência como autoridade. Ele rejeitava acreditar em revelação, esperança messiânica e terra prometida. Este ramos procura modernizar o que eles consideravam formas obsoletas de pensamento. O foco primário do Judaísmo Reformador é o ensino ético da Lei Judaica.

O Judaísmo Conservador é considerado numa posição intermédia entre os Ortodoxos e os Reformadores. Foi fundado no Século 19 na Alemanha por Zacharias Frankel (1801-1875). Os conservadores procuram praticar a Lei e as tradições mas cautelosamente reinterpretam-na e adaptam-na às suas práticas de cultura contemporânea

A existência destas e outras numerosas seitas significa que há uma grande variedade de crenças dentro do Judaísmo. Adicionalmente, como resultado do Iluminismo e do Holocausto, a secularização entre os judeus cresceu rapidamente. Por causa de uma grande variedade de crenças no Judaísmo é difícil, hoje em dia, definir o que faz com que uma pessoa seja Judeu.

Apesar disso, de acordo com o Antigo Testamento, os Judeus são descendentes de Abraão. Foi a este povo a quem Deus fez promessas especiais e que terá um papel proeminente na redenção do mundo.

Crenças básicas do Judaísmo.

Os Cristãos e os seguidores do Judaísmo adoram o mesmo Deus? Qual é a compreensão Judaica de Jesus? Vamos olhar algumas crenças básicas judaicas e compará-las com a doutrina Cristã.

Ambas as religiões acreditam no Antigo Testamento, nos ensinos éticos da Lei e na esperança de um Reino de Deus que virá. Contudo, eles diferem em algumas doutrinas fundamentais importantes.

O Judaísmo rejeita a doutrina cristã da Trindade e ensina um monoteísmo unificado baseado em Deuteronómio 6:4 “Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.”

A escritura principal no Judaísmo é o Antigo Testamento. As perspectivas da inspiração divina variam entre os diferentes ramos. As escolas Ortodoxas e Conservadoras vêm o Pentateuco como a parte mais inspirada, os Profetas e Poesia não tanto assim.

Outro livro importante é o Talmude que inclui Mishnah e Gemara. Mishnah consiste em decisões legais e foi compilado por volta de 200 D.C.. A Gemara elabora discussões sobre Mishnah e foi compilado por volta de 550 D.C.. A maior parte dos Judeus, especialmente os Judeus Ortodoxos, consideram o Talmude útil para dar instruções para a vida mas não o consideram divinamente inspirado.

O Judaísmo ensina que fomos criados à imagem de Deus mas sem pecado original. O estudo da Torah pode ajudar-nos a superar a nossa inclinação para o mal.

Uma adequada relação com Deus vem através do arrependimento, oração e obediência à Lei. Os Judeus não sentem que necessitam de "salvação" mas assumem uma posição com Deus por via da sua herança. Os Judeus Conservadores e Reformadores vêem a salvação como uma melhoria de si próprios e da sociedade.

A escola Ortodoxa espera na ressurreição corporal da morte e a imortalidade da alma. A escola Reformadora, na generalidade, não tem ensino relativamente à vida depois da morte.

A esperança central Judaica é o Messias. Os Judeus Ortodoxos esperam um Messias pessoal, enquanto que os Reformadores e os Conservadores têm nele um conceito de estabelecimento ideal da justiça pelo esforço humano. Uma divisão chave entre o Judaísmo e o Cristianismo, claro, são as suas perspectivas a respeito de Jesus. O Judaísmo reconhece Jesus como um ensinador moral, mas rejeita a sua invocação de divindade assim como a criação da igreja primitiva. O Novo Testamento ensina que sem a aceitação de Cristo, mesmo por parte dos filhos e filhas de Abraão, não nos tornamos herdeiros da vida eterna.

A partir da nossa breve pesquisa, é claro que o Judaísmo e o Cristianismo diferem significativamente na maioria das doutrinas.

Eles também diferem na teologia da salvação. O Judaísmo tem uma orientação para as "obras" e rejeita a obra expiatória de Cristo e a Sua natureza Divina. A Cristandade proclama a fé na obra sacrificial de Jesus na cruz. O Novo Testamento ensina que sem a aceitação de Cristo, mesmo os filhos e filhas de Abraão, não se pode herdar a esperança eterna.

As práticas do Judaísmo.

As festas e os feriados Judaicos são parte integral do Judaísmo. Elas marcam eventos chave na história do povo Judeu e honram a sua herança única.

Aqui estão algumas festas importantes:

A mais significante de todas é a Páscoa. A primeira observância dela está registada em Êxodo 12 os Judeus continuam a comemorar a liberação por Deus dos Israelitas do Egipto no Século 14 A.C. A Páscoa é observada em Março ou Abril e dura uma semana.

Sete semanas depois da Páscoa vem o Pentecostes, que observa a entrega da Lei no Monte Sinai.

A Festa dos Tabernáculos ocorre no Outono. Esta festa comemora os quarenta anos de peregrinação no deserto quando os Israelitas viviam em tendas e cabanas. A cerimónia inclui oração por chuva e leitura da Torah. Rosh ha-Shanah, Tabernáculos, é também a celebração do novo Ano Judaico. Esta é uma Festa de alegria, ocorre em Setembro ou Outubro e decorre num período de dez dias.

Rosh ha-Shanah é antecedido pela solenidade do Yom Kippur, o Dia da Expiação. Este é um dia solene em que os Judeus jejuam, vão à sinagoga e recitam orações pedindo a Deus por perdão dos seus pecados.

Hannukah é celebrado em Novembro ou Dezembro e dura 8 dias. É uma festa em honra da vitória dos Macabeus sobre os exércitos Sírios de Antiochus Epiphanes e a reedificação do segundo templo em Jerusalém no ano 165 A.C.. Um candelabro com nove luzes é o objecto principal que representa esta celebração.

Purim é o feriado menor, celebrado em Fevereiro ou Março e comemora a libertação dos Judeus por Deus conforme a história que é contada no livro de Ester.

Não apenas os feriados são importantes, mas também a celebração dos eventos no ciclo de vida. A circuncisão dos rapazes ao oitavo dia é uma delas. Outra celebração é o Bar Mitzvah para os rapazes e Bat Mitzvah para as raparigas que é celebrado no décimo terceiro aniversário. Em terceiro lugar vem o casamento Judaico. Finalmente vem a cerimónia fúnebre e luto durante sete dias.

Estas práticas Judaicas, especialmente as que circundam estes feriados, não apenas desempenham um papel chave na vida do povo Judeu, mas são também significantes para a Igreja do mesmo modo. Os maiores eventos na vida de Cristo e da Igreja ocorreram nestes dias. Cristo morreu na Páscoa e o Espírito Santo desceu no Pentecostes. Também, os simbolismos e rituais promovidos nestas festas prefiguram o que foi cumprido na vida de Jesus Cristo.

Testemunhando para os Judeus

Como devemos partilhar Cristo com os nossos vizinhos Judeus? Primeiro, antes de pregar o evangelho, deveremos ser inteligentes para que primeiro construamos uma amizade com Judeus e aprendamos com eles. Segundo, devemos compreender a percepção Judaica dos Cristãos e da Cristandade. Para um Judeu se tornar Cristão isso significa rejeitar a sua herança e prestígio. Em outras palavras, muitos são equiparados a tornarem-se gentios. A dificuldade é acrescida por motivo de muito ressentimento sedimentado com origem em maus-tratos perpetrados por Cristãos e pelas nações gentílicas.

Depois de construir a confiança, encoraje-os a ler as escrituras. Muitos crescem recitando passagens do Antigo Testamento mas não estudam as profecias messiânicas do Antigo Testamento.

Há muitas passagens messiânicas que O referem. Uma que é frequentemente usada é a passagem de Isaías 53 que descreve o servo sofredor que leva sobre si os pecados do povo. Muitos judeus são ensinados que esta passagem refere-se à nação de Israel. Contudo, o contexto e o conteúdo da passagem torna claro que não é assim. Um cuidadoso estudo faz-nos concluir rapidamente que Jesus Cristo encaixa-se perfeitamente na descrição deste servo.

Outra passagem das escrituras é a profecia das setenta semanas em Daniel capítulo 9. Quando o cálculo é feito apropriadamente, temos a revelação de que a profecia prediz a entrada do Messias em Jerusalém e a sua crucificação no ano 33 D.C.. Juntando esta data com Isaías 53, quem melhor se enquadra na descrição senão Jesus? Estas são duas passagens que podem abrir a mente de um amigo Judeu para começar a investigar outras profecias e a vida de Jesus. À medida que vamos evoluindo na conversa encoraje-o a ler o Evangelho de Mateus que foi escrito para os Judeus.

Há também muitas figuras no Velho Testamento e as próprias Festas Judaicas apontam para Jesus Cristo. O Cordeiro de Páscoa é um bom exemplo. O cordeiro foi sacrificado e o seu sangue foi pintado nas ombreiras das portas para identificar e proteger os Israelitas do Anjo da Morte. Em números 9, o Cordeiro de Páscoa tinha de ser sem mácula e nenhum dos seus ossos podia ser quebrado no sacrifício (Números 9:12). Isto era uma prefiguração de Cristo, o Cordeiro de Deus sem mácula que viveu uma vida sem pecado. O seu sangue foi derramado e cobre o que crê libertando-o do pecado e da morte. João 19:33 regista os Romanos estavam afim de quebrar as pernas dos criminosos, mas encontraram Cristo já morto e então não quebraram os seus ossos. De todas as formas, Cristo preenche os requisitos para ser o sacrifício perfeito.

Estas passagens e símbolos revelam que Jesus é de facto o Messias. Certifique-se de que torna claro que não apenas devemos reconhecer Jesus como o Messias, mas que cada um de nós deve colocar a sua fé na obra expiatória do sacrifico que nos trouxe para um correcto relacionamento com Deus.

Promessas para os escolhidos.


Os Judeus são o povo escolhido de Deus? Qual é o seu papel no plano de Deus para o mundo? Para responder a estas questões devemos em primeiro lugar olhar para as alianças que Deus estabeleceu com Israel e que são os fundamentos para o seu plano redentor.

A primeira é a Aliança Abraâmica que se encontra em Génesis 12. Este compromisso inclui promessas que Abraão seria o pai de uma grande nação; que os seus descendentes possuiriam a terra de Canaã para sempre; que os que abençoarem Israel serão benditos para sempre; e os que amaldiçoassem Israel seriam amaldiçoados; e que o mundo seria abençoado através de Israel. Israel seria a luz para o mundo. Através da sua relação especial com Deus, e desde que eles vivessem em obediência à sua Lei, as nações conheceriam este povo e aprenderiam sobre o seu Deus. Contudo, Israel não foi capaz de viver em obediência a Deus e não cumpriu com esta chamada.

O segundo compromisso é a Terra da Aliança em Deuteronómio 30. Nesta Aliança, a promessa da terra é reafirmada a Israel. Adicionalmente a este aviso, se os Israelitas não obedecessem à Lei de Deus, ele os dispersaria pelas nações e os reuniria quando o Senhor regressasse.

A terceira é a Aliança Davídica que se encontra em II Samuel 7:11. Esta promessa declara que os descendentes de David estabeleceriam um papel de paz e justiça e isto formata a base da esperança de Israel no Messias que libertaria Israel da regência dos gentios e completaria a Aliança Abraãmica.

Finalmente temos a Nova Aliança que se encontra em Jeremias 31:31-34: “Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egipto, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniquidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.” Jeremias 31:31-34

Israel foi incapaz de obedecer à Lei de Deus porque eles dependiam da sua força para viver a Lei. O que era necessário era um novo coração que os capacitasse para viver a Lei. O pacto proporciona isso e garante que haverá um tempo em que Israel como nação retornará para o Messias.

Vários aspectos destas alianças foram cumpridas. Os descendentes de Abraão tornaram-se uma nação. Cristo foi descendente de David e cumpriu a velha lei tornando possível que todos os homens conheçam a Deus. Contudo, outras promessas ainda estão por cumprir. Israel ainda não possui a terra prometida em paz e o Reino de David ainda não foi estabelecido em Jerusalém.

Apesar da falha de Israel e rejeição do seu Messias, contudo, Deus é fiel, e Ele completará as suas promessas no tempo determinado

http://oneforisrael.org/blog/167-judaism

Agora divista-se um pouco com o humor judaico.



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