segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Uma questão de identidade


Enquanto muitos milhares de judeus, sem nenhuma preocupação pela herança judaica de seus filhos, estão se casando com gentios, algo inexplicável continua fazendo com que milhões de outros se agarrem a essa herança universalmente desprezada com um orgulho tenaz. Será que é respeito pela tradição? Será que um senso de “maldição” tão forte pode sobrepor-se ao medo de perseguição e até do martírio? A razão certamente não é a fé no Deus de Abraão, já que tão poucos professam essa crença.


Série "Ódio e Anti-semitismo"
3/11 Uma questão de identidade.
Extraído e adaptado de "Jerusalém, um cálice de tontear".
Dave Hunt

Porque a grande maioria dos Judeus se apega tanto ao judaísmo, mesmo apesar de isso poder significar perseguição e até mesmo a morte? Aqui, nós encaramos outro mistério: a única resposta parece ser que o Deus de Abraão, Isaque e Israel, pois Ele disse que preservaria esse povo especial como um grupo étnico identificável, para que nos últimos dias, Ele trouxesse-os de volta à sua terra.

A pressão de perseguição e acusações falsas pode levar a dois extremos. Enquanto ela leva alguns judeus a tentar mudar a sua identidade, ela faz com que muitos outros reconheçam a sua identidade com um sentido de resignação. Depois de uma grande dose de sofrimento e por tanto tempo o auto desespero pode até dominar a mente. Como é que tantas pessoas poderiam estar erradas? Rós Berend, directora do colégio Anne Frank em Budapeste, explica: “se eles lhe cospem em cima durante um certo tempo, você sente que realmente deve ser culpado de alguma coisa. A maioria dos judeus da minha geração passou por esse tormento psicológico”.

O anti-semitismo na Hungria.

Aqueles que tentam negar o seu Judaísmo, geralmente, carregam um senso de culpa por traição. Um antigo membro da Assembleia Nacional Húngara, Matyas Eorsi, lembra-se de como o seu pai, para ajudar o seu filho a escapar da vergonha, mudou o seu ostensivo nome judeu Schleiffer para o indeterminado Eorsi. Anos mais tarde, quando o seu pai estava nos últimos estágios do mal de Alzheimer, Eorsi encontrou-o a chorar e ouviu as primeiras palavras coerentes passados vários meses: “Eu sou Judeu!” Que incrível essa memória e esse facto ao qual a sua mente arrasada ainda se apegava com tanta convicção!


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