sábado, 15 de abril de 2017

O apartheid em Hebron


Hebron é, depois de Jerusalém, a segunda cidade mais sagrada para os Judeus. Os Judeus viveram nela mesmo depois da ocupação árabe no século VII. Eles eram considerados cidadãos inferiores, “dhimmis”, segundo os costumes da administração muçulmana. No século XVI os Judeus já tinham sido expulsos de entrar na Caverna dos Patriarcas. Houve motins contra os Judeus em 1517 e 1834. Nessa altura não se falava em ocupação, Sionismo e tão pouco Israel.

A maior chacina ocorreu em 1929. Cinquenta e nove Judeus foram assassinados por uma multidão de muçulmanos agressivos, enquanto alguns árabes, “Justos Entre as Nações”, rejeitaram o ódio e esconderam Judeus. No seguimento da chacina, os Judeus foram forçados a sair e os Muçulmanos tomaram os seus bairros e casas.

Algum tempo depois da Guerra dos Seis Dias, os Judeus foram restabelecidos na área onde o bairro judaico havia existido. Houve uma profunda disputa sobre a questão na sociedade israelita, disputa essa que ainda não cessou por um momento. Como parte dos Acordos de Oslo, o “Wye River Memorandum", foi assinado em 1998 entre o Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu e o antigo dirigente da Autoridade Palestiniana Yasser Arafat. Os Palestinianos receberam completa e exclusiva responsabilidade por 80% de Hebron (H1) enquanto que os Judeus obtiveram 20% (H2). Na prática os Judeus não são autorizados a entrar em H1 e na maior parte das áreas H2 onde vivem Palestinianos.

Ainda, há uma Estrada em H2, al-Shuhada, que liga dois bairros judaicos e que tem recebido publicidade internacional devido às restrições à entrada de Palestinianos que não vivem nessa avenida.

Não há absolutamente qualquer necessidade de justificar toda a actividade Israelita nessa área mas deveríamos ser justos com o verdadeiro quadro existente: Judeus – e apenas judeus – são impedidos de entrar em 97% de toda a área, toda da H1 e na maior parte de H2. As restrições a Palestinianos aplicam-se primariamente a uma estrada, a qual é visitada por centenas de pessoas todas as semanas, para que a manipulação de apartheid lhes seja vendido.

Saiba-se adicionalmente, que ativistas do “Breaking the Silence” não dizem que os Palestinianos não correm risco de ser atingidos nessa estrada. Ao contrário, um Judeu que acidentalmente entre em território Palestiniano será linchado.

E eles não dizem sobre as razões de segurança que são tomadas porque a maioria dos Palestinianos em Hebron apoiam o Hamas, uma organização que apoia a aniquilação dos Judeus. E eles não dizem que a cidade de Hebron é ativa e cheia de vida apesar de apenas uma pequena parte 3% do território ser “ocupado” por Judeus. E claro, eles não dizem, que não houve qualquer roubo de propriedade Palestiniana e que são os cidadãos Judeus que habitam uma pequena parte da propriedade judaica que, a esses sim, lhes foi roubada terra em 1929.

Podemos discutir sobre a necessidade e a coerência, ou a falta delas, de haver uma população judaica entre uma maioria árabe. Como parte de um acordo geral, deveria haver a necessidade de perdoar o passado, pois isso acontece em muitas partes do mundo, mas isso não nos obriga a omitir os factos e a verdade.

Hebron é a apenas uma parte da história. Os Palestinianos têm uma autonomia, um parlamento eleito, um governo, um presidente e até mesmo diplomatas que os representam à volta do mundo. O controlo de Israel continua porque os próprios Palestinianos têm rejeitado repetidamente qualquer proposta séria de acordo de paz.

Só para mencionar as propostas mais recentes, no início de 2001, com o Presidente Clinton rejeitaram uma proposta para um estado Palestiniano 100% em Gaza e 96% de Judeia e Samaria, incluindo a divisão de Jerusalém. Em 2008 rejeitaram uma proposta semelhante do antigo Primeiro Ministro Ehud Olmert. E em Março 2014 recusaram de novo a proposta do antigo Secretário de Estado John Kerry e do Presidente Barack Obama.

Com toda a certeza que estas coisas não se ouvem da boca de certos cidadãos do estado democrático hebraico, os quais obtusamente prejudicam o seu próprio povo. Eles simplesmente não querem admitir o quadro histórico verdadeiro, nem o remoto nem o recente. Eles não mencionam o terrorismo e a rejeição palestiniana de todas as propostas de acordo incluindo a possibilidade de terem o Estado que tanto reclamam a todo o mundo. Eles estão apenas comprometidos em vender mentira, meias verdades e distorções, e também estão autorizados a agir livremente em Hebron, porque Israel é uma democracia.

Mas exatamente o que deve fazer Israel? Evacuar a área sem um acordo, tal como aconteceu na Faixa de Gaza e deixar definitivamente a Judeia e Samaria?

O significado imediato de uma decisão destas seria o estabelecimento de uma entidade Islâmica ou mais uma delegação do Daesh, que causaria mais terror, mais sofrimento, angústia e destruição principalmente aos próprios Palestinianos. Foi isso que aconteceu na Faixa de Gaza e está a acontecer na Líbia, na Nigéria, no Sinai do Egito, no Iraque, no Afeganistão. Está a acontecer em todos os lugares controlados pelo Islão radical.

A cidade de Hebron é usada descaradamente pelos ativistas anti-Israel e como se percebe, isto não é Apartheid. Apartheid existe sim, mas perpetrado pelos árabes e pior que isso é o terrorismo que continua a ser mascarado como um “legítimo grito de revolta contra a opressão sionista”. Consentir com a mentira facilita as manobras do Islão radical e perpetua ainda mais o conflito.

Os direitos humanos entre os habitantes palestinianos, muçulmanos e cristãos, são necessariamente uma questão importante. Os árabes e outras minorias merecem bem-estar, um governo justo e prosperidade, mas nunca o irão conseguir enquanto continuarem a ser doutrinados contra os judeus e cristãos. O problema é que a liderança Palestiniana não quer um Estado ao lado de Israel, mas em vez disso, todo o Israel. O problema é que a sua liderança prefere não parar com o incitamento em vez de promover uma educação para a reconciliação, reconhecimento mútuo e compromisso duradouro. Por acaso ocorre a alguém acusar os árabes de racismo, apartheid, anti-semitismo, como resultado do seu incitamento descarado contra judeus?

Os ativistas de direitos humanos são muito importantes no contexto global e em Israel inclusive. Contudo ignorar a verdade, perpetuar a mentira, fazer “ouvidos moucos” e a realidade vivida prejudica a todos, israelitas e palestinianos, e é um obstáculo muito sério à paz.





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