terça-feira, 18 de abril de 2017

Tetelestai


Se as pedras de uma certa estrada,
Pudessem contar o que nelas aconteceu,
Contariam muitas estórias e contos de fada,
E a história de um Homem Santo que nelas percorreu.

Multidões, gritos, ódio, violência e rancor,
Estava lançada a condenação deste inocente,
Que ao ver a excitação do povo, em fervor,
Não abriu a boca, e prosseguiu em frente.

Espancado, agredido e em humilhação,
Desnudado, chicoteado e suportando o madeiro,
Lentamente caminhou por entre a multidão,
Levando no coração um povo, o prémio verdadeiro.

Por ser Rei, espetaram-no com espinhos numa coroa,
E depois das 39 chicotadas, deram-lhe uma túnica,
E a postura que só um homem bom tem, que perdoa,
Caminha num silêncio ensurdecedor, como resposta única.

O peso do pecado da humanidade era angustiante,
As feridas, pisaduras e enfermidades eram mais que muitas,
Mas a cada passo a vontade era maior de seguir adiante,
Para que a Esperança, ao ser humano, fosse gratuita.

Ei-lo chegado ao calvário, esgotado e esmifrado Filho,
Com cravos longos pregaram-no numa rude e injusta cruz,
Junto a salteadores e à vista dos homens, maltrapilho,
Mas ainda assim em amor e perdão, oh meu Jesus!

A angústia e a solidão invadiram o peito do Cristo,
‘Eli, Eli, Lamá Sabactani’, ‘entrego o meu Espírito’ e ‘perdoa-lhes Pai’,
Foram palavras fortes, ditas com dor e espírito contristo,
Mas de forma vitoriosa e em contra-senso, terminou dizendo ‘Tetelestai’.

Poema de
Pr. João Viegas

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