quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Três palavras impróprias


As palavras são usadas para expor uma realidade mas também podem ser usadas para contornar a realidade ou para criar algo novo. Por vezes, trocar uma simples palavra por outra pode mudar completamente todo o quadro.

Pessoalmente não acredito em qualquer neutralidade na questão de Israel. Há pessoas que não estão envolvidas ou sequer atentas aos factos (ainda que alguns dos que estão envolvidos também não têm conhecimento sobre muita coisa). O ponto é, existem factos, históricos, culturais e religiosos, e bem documentados.

As pessoas que desejam destruir Israel são hiper-atentas ao poder que as palavras têm na construção da realidade, são usadas conscientemente e muito bem escolhidas para deslegitimizar Israel. Essas palavras são cuidadosamente escolhidas e usadas repetidamente como se fizessem parte de uma "reza religiosa", um slogan comercial, até que a generalidade do público começa a aceitar a palavra como se houvesse alguma ligação correta com a história ou evidência factual.

As palavras escolhidas, no que diz respeito a Israel intencionam especificamente desligar os judeus da sua terra e diminuir a sua história até a um ponto onde seja completamente desconsiderado. E funciona.

E pior do que isso, as pessoas que amam e apoiam Israel inconscientemente também participam disto, reforçando e legitimizando a mentira através da participação numa narrativa hostil.

Vamos ser mais claros.

Quando você usa uma terminologia do inimigo estás a dar-lhe ainda mais força.

Se você faz uso destes termos, está a fortalecer e a fornecer justificação a quem odeia Israel. Você, que ama Israel, se concorda com estes conceitos, concorda com o seu significado, logo, ajuda a sustentar uma realidade em que os seus termos devem ser aceites.

1. West Bank.

West Bank parece um termo inócuo contudo é a sua parecença inofensiva que o torna tão mortal. "West Bank" é um termo que faz do Rio Jordão uma referência, isto, é, significa banco ocidental do rio Jordão.

O território que está a ser subtilmente sonegado é Judeia e Samaria, o coração da terra de Israel. Este é o território onde a maior parte dos episódios da Bíblia ocorreram. Siló, a primeira capital de Israel é o centro do seu território. O Tabernáculo esteve em Siló 369 anos antes de ser trazido para Jerusalém.

Siló pode ser facilmente ser encontrado seguindo as direções contidas no Livro dos Juízes (21:19). Situa-se a norte de Bet El, a leste da estrada que vem de Bet El para Siquém (que os árabes chamam Nablus) e a sul de Levona. A ligação entre esta terra e a nação de Israel está muito bem documentada.

O território passou a ser disputado quando foi conquistado e ocupado pelo exército invasor Jordano em 1948. Quando Israel foi atacado na Guerra dos Seis Dias em 1967 recuperou a sua terra ancestral e libertou Jerusalém, sobre a qual tem havido muitas tentativas populistas para deslegitimizar a sua pertença, através (também) do uso de certa terminologia.



Na realidade, chamar à Judeia e Samaria, West Bank, é como dizer que esta terra fosse parte da Jordânia, e não é melhor que dizer "territórios ocupados". Como pode ser "ocupante" o dono da sua própria casa?

A guerra que os árabes perderam, com soldados e tanques está também a ser travada com palavra..

2. Muro das lamentações.

Este termo e comummente usado ealtamente ofensivo. É uma forma antiga de deslegitimação da história judaica pela diminuição da angústia judaica pela perda do seu Templo Ancestral destruído pelos Romanos no ano 70 d.C.

É um termo dos não-judeus que ocuparam Israel, ridicularizando a dor dos judeus que ficaram a chorar no Kotel, no muro ocidental, no que restou de pé do Templo ancestral do coração de Jerusalém. O muro não é sequer parte da estrutura do Templo mas sim uma parede de contenção de terras do conjunto maciço que na zona superior suportava o Templo.

Durante o período da Roma Cristã que governava em Jerusalém (324-638 d.C.), os judeus foram completamente impedidos de entrar em Jerusalém, excepto para participar na Tisha be-Av, o dia nacional de lamento pelo primeiro e segundo templo. O termo "Muro das Lamentações" foi então usado quase exclusivamente por cristãos e foi reavivado no período entre o estabelecimento do Mandato Britânico e a Guerra dos Seis Dias em 1967.

Este termo depreciativo zomba a dor do povo judeu, como se significasse "vão lá judeus, chorem de novo." É portanto um conceito amaldiçoado.

Você zombaria de uma criança cuja mãe foi assassinada à sua frente? Troçaria de uma criança que se lamenta sempre que se lembra da perda da sua mãe?

O Templo era o coração da nação de Israel, o centro da religião judaica e da sua cultura. O povo judeu não se esqueceu disto e permaneceu próximo do Kotel, o muro ocidental do Templo embora ele seja substituto pobre do que em tempos já lá esteve.

Kotel é a palavra usada em hebreu que simplesmente significa "parede". A escolha deste termo é indicativa da importância da estrutura da mentalidade judaica. Este pedaço de muro que resta é tão significante que não é necessário detalhar qual o muro que é referido, é simplesmente O MURO! Não é o muro em si mesmo que é santo, era o Templo que estava no seu centro que era santo. Dois mil anos depois do exílio e muitas experiências ao longo do caminho, não foram suficientes para o povo esquecer a importância do seu Templo.

Portanto, "Muro Ocidental" ou Kotel é quanto basta para descrever o muro. Se a sua intenção não é ofender os judeus não use "Muro das Lamentações".

3. Palestina.

Palestina é um nome dado à terra de Israel com o único propósito de desligar o povo judeu da Judeia, de Israel, de Sião. Isto foi feito no II Séc. d.C., quando os Romanos esmagaram a revolta de Bar Kochba (132 d.C) e foi recuperado o controlo sobre Jerusalém e Judeia, renomeando-a "Palestina", numa tentativa de diminuir a identificação judaica com a terra de Israel

Depois da I Grande Guerra o termo foi também aplicado ao território quando esteve sob o Mandato Britânico. Este território incluía, não apenas o actual território de Israel, mas também a atual Jordânia. Até à independência de Israel em 1948 era comum na imprensa internacional a referência aos judeus que viviam na jurisdição do mandato como os habitantes da Palestina, não aos árabes.

As palavras tem significado e dão forma à realidade. É obvio que os Judeus pertencem à Judeia, mas quem pertence à Palestina?

“Palestina” sempre foi e é um nome com motivações políticas. É um nome destinado a denegrir e destruir a ligação judaica à sua terra. Árabes "palestinos" são uma nacionalidade inventada para justificar a expulsão dos judeus de Israel.

Se você continuar a chamar a Israel de "Palestina" está a contribuir para a continuidade da retórica do ódio.

Antes da “Solução Final” ser formulada, Hitler desejou enviar os judeus para a sua "casa na Palestina". Nessa altura ninguém questionava o lugar de pertença dos judeus. Agora, aos Judeus em Israel está a dizer-se para irem para "casa na Europa". Tem sido repetidamente dito que os judeus são ocupantes da terra chamada palestina e que têm extorquido o povo chamado Palestinianos.

Esta mentira insidiosa tem criado raízes na mentalidade dos povos do mundo ao ponto de muitas nações reconhecerem a existência do povo Palestiniano e até mesmo a declarar que há um país chamado Palestina. O facto é que esta invenção moderna, e que pretende repor Israel, é completamente ignorada.

O factos históricos são indisputáveis. Tem havido árabes na região durante vários séculos. Há árabes Israelitas, árabes Jordanos, Sírios, Libaneses e árabes Egípcios. Há árabes em Gaza e na Judeia e Samaria. Há árabes muçulmanos e árabes cristãos. Também se aplicava aos judeus nos mesmos países antes de ter sido fugirem das terras governadas por árabes.

Nunca houve um povo Palestino. Esta invenção moderna foi baseada no território geográfico e criado com o único propósito de neutralizar Israel. E isso funciona.

O mito Palestiniano criou raízes na arena política levando muitos a assumir que com a liderança certa, um país chamado Palestina pode viver pacificamente ao lado de Israel. A “Solução Dois Estados” impõe a Palestina no lugar da Judeia e Samaria, o coração de Israel, o território que é histórico e religioso na sua ligação ao restante Israel geográfico hoje existente.

A presunção de que esta é uma solução razoável ou mesmo viável ignora que os árabes em Jafa, Akko e Haifa consideram-se eles próprios palestinianos. Trata-se de árabes que através de todo o Israel sonham com uma nova terra no lugar de Israel.

Se a Judeia fosse substituída por Palestina seria óbvio que os judeus também seriam substituídos por palestinianos. Os árabes, que nunca aceitaram a existência de um Estado Judaico e procuram por todas as formas a sua eliminação usando para isso também as palavras.

As palavras são importantes. Escolha-as sabiamente.




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