quinta-feira, 21 de abril de 2016

Três dias


"...Então alguns escribas e fariseus lhe disseram: Mestre, gostaríamos de ver da tua parte algum sinal. E Ele lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém não se lhe dará outro sinal senão o do profeta Jonas. Pois como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra." Mateus 12:38-40

Quem é a pessoa que diz estas palavras? Jesus! Quantos dias Jesus disse que estaria morto? Três!


Em Jonas 1:17 lemos: "Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe..."

Isto esclarece que Jonas esteve verdadeiramente dentro ou sepultado no peixe, três dias completos e três noites completas, o que é equivalente a 72 horas. Mas a tradição diz-nos que Jesus esteve sepultado de Sexta à noite até Domingo de manhã... portanto um dia e meio!

Com relação a isto, citamos o relato do seu sepultamento como está registrado em Marcos 15:42-43:

"E quando já era tarde (pois era a preparação, isto é, a véspera de sábado), foi José de Arimatéia, membro ilustre do Sinédrio, que também esperava o Reino de Deus, apresentou-se corajosamente a Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus."

Mais uma curiosidade... o dia da preparação da Páscoa: Que dia era este da “preparação” e véspera da Sábado?

I. Mais problemas: Quando foi que Jesus ressuscitou?

MARCOS: "...no primeiro dia da semana, de manhã cedo, chegaram ao sepulcro quando o sol já era nascido. Diziam entre si: Quem nos há de revolver a pedra da boca do sepulcro? Mas, olhando viram revolvida a pedra, a qual era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido de uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: Não temais, buscai a Jesus o Nazareno que foi crucificado: ressuscitou, não está aqui, eis o lugar onde o depositaram." Marcos 16:2-6

Nota-se que Marcos não dá nenhuma indicação do tempo em que Jesus saiu do túmulo. Somente diz que algumas mulheres fizeram uma visita ao túmulo "ao sair do sol", unicamente para saber que o Messias não estava ali.

JOÃO: "E no primeiro dia da semana, foi Maria Madalena ao sepulcro, de manhã, sendo ainda escuro, e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o puseram. Partiu então Pedro com o outro discípulo e foram ao sepulcro. Corriam ambos juntos, mas o outro discípulo corria mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Tendo se inclinado viu os lençóis postos no chão e o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus, o qual não estava com os lençóis, mas dobrado num lugar a parte”. João 20:1-7.

LUCAS: "E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. E acharam a pedra do sepulcro revolvida. E entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois varões, com vestidos resplandecentes. E, estando elas atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhe disseram: Porque procurais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia". Lucas. 24:1

Tão pouco Lucas dá algum indício de quando o Messias partiu do sepulcro. Somente confirma o relato dos outros escritores: que o Messias já havia saído quando as mulheres chegaram.

Mas Mateus revela o tempo: "No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste alva como a neve. E os guardas tremeram apavorados, e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse; Não temais; porque eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui: ressuscitou, como havia dito. Vinde ver onde ele jazia." Mateus 28:1-6

Nestes versos encontramos que Mateus acrescenta uma informação muito importante referente ao acontecimento não se encontrando contradição alguma no seu relato. Mateus é o único escritor do Evangelho que assinala o tempo da ressurreição. Ele escreve de uma visita feita ao túmulo antes de começar o primeiro dia da semana: "No findar do Sábado ao entrar o primeiro dia da semana..." Ele não diz exactamente quanto tempo antes de o dia seguinte começará, porém está definindo que foi à tarde, na última hora do Sábado semanal. (Atenção que o dia muda com o pôr do sol e não à meia-noite como na cultura ocidental!)

Portanto Jesus ressuscitou na viragem do dia, isto é, por ocasião do pôr do sol de Sábado e não pelo nascer do sol de Domingo conforme a tradição.

Isto explica completamente porque o Messias não estava no túmulo na manhã de Domingo, quando:

  • O visitaram de manhã; 
  • ou de madrugada; 
  • ou quando ainda era escuro... 
Problema: a considerar o tempo registado por Mateus ficamos com 24 horas de sepultamento!

II. Então quando é que Jesus foi crucificado?

Agora, se já sabemos quando ressuscitou, vamos contar três dias para trás!

Então, para sermos exatos Jesus foi crucificado Quarta-feira pelas três da tarde e sepultado antes que o sol se pusesse porque o dia seguinte seria Sábado! Que estranho não é?

Pista: Jesus foi sepultado conforme a Lei em número de mês e não em dia da semana. E esse número de mês poderia calhar em qualquer dia da semana, como acontece no nosso calendário com os nossos feriados.

Vamos complicar mais um pouco e desvendar isto de vez: João dá-nos a resposta: "Então os judeus, porque era véspera da Páscoa, para que os corpos não fossem retirados da cruz no sábado pois era grande o dia de Sábado, rogaram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas, e fossem retirados". João 19:31

Isto mostra que Jesus foi crucificado um dia antes do chamado "grande dia de Sábado". Este era o Sábado, sétimo dia da semana? Não, não era. Não podia ser, porque o Sábado semanal designado como descanso nos Dez Mandamentos, nunca foi chamado, ou referido como sendo um "um grande dia de Sábado".

A ciência confirma:

Alguns argumentam que este "grande dia de sábado" especial ocorreu no mesmo dia do sábado semanal. Não pode ser este o caso, porque isto pode provar-se simplesmente pelos registros astronómicos, que a lua cheia aconteceu, no ano da crucificação, na terça-feira - 13 de Nisã, às 2 da tarde (Este dado foi comprovado e corroborado pelo Observatório Naval dos Estados Unidos, e pelo Astronomer Real Britânico).

As instruções de Moisés:

Agora, é de suma importância recordar que a PÁSCOA sempre ocorre no dia seguinte da noite de lua cheia. E o dia seguinte da lua cheia neste ano da crucificação foi precisamente na quarta-feira, 14 de Nisã, portanto, a Páscoa não pode ter sido neste ano num Sábado semanal.

Nisã é o mês judeu que corresponde a parte do mês de Março e uma parte do mês de Abril do nosso calendário. Os dias da semana são os mesmos nos dois calendários. Quarta-feira no calendário judeu é quarta-feira no Gregoriano.

III. Solução: DOIS SÁBADOS NAQUELA MESMA SEMANA

Com uma simples comparação de textos, podemos provar que na semana da morte de Jesus, houve dois sábados: O primeiro dia dos asmos, que caía no dia 15 de Nisã e que neste caso, foi na Quinta-feira, e o Sábado do Eterno, o sétimo dia da semana.

Para entendermos melhor, tomaremos um facto ocorrido neste período, ou seja, a compra de material e o preparo das especiarias, para se ungir o corpo de Jesus. Vejamos que, quando isto ocorreu, segundo o relato de Lucas 23:54-56: "E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos, e no sábado repousaram conforme o mandamento."

(Atenção que o termo "amanhecer o dia" não quer dizer na linguagem bíblica "nascer do sol", quer dizer "viragem do dia", ou seja, o dia termina quando o sol se põe.)

Por esta passagem fica claro a ordem de acontecimento das coisas:

a) O verso 54 de Lucas 23, no entanto, diz que elas, as mulheres, prepararam tudo antes do pôr do sol do Sábado e que repousaram neste dia, conforme ordenava o mandamento.
b) Com o pôr do sol estava a terminar o dia da preparação e começava o Sábado, não puderam por isso ungir o corpo.

Como entender isto? Se já tinha iniciado o Sábado, como e quando elas compraram e fizeram os preparativos se o verso final nos prova que elas observaram o Sábado?

Comparemos agora o mesmo assunto com o descrito em Marcos 16:1 "E, passado o sábado, Maria Madalena e Maria mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo."

Este texto, parece complicar mais, todavia é aqui que se esclarecem os factos, pois diz que as mulheres foram comprar as especiarias DEPOIS do Sábado. Lucas, no verso 54 nos disse que este preparo ocorreu antes do Sábado e Marcos disse que foi depois! Como harmonizar as coisas?

A grande e esclarecedora verdade é que naquela semana houve dois Sábados:

Um cerimonial, ocorrido na Quinta-feira, ou seja, o primeiro dia da grande festa dos asmos e o outro, o sétimo dia da semana, ou o Sábado, o quarto mandamento do decálogo divino.

Assim, Jesus morreu no dia 14 de Nisã, naquele ano uma quarta-feira, também considerado o "dia da preparação". Foi sepultado no final deste dia, próximo ao pôr-do-sol, portanto já quase na viragem para a quinta-feira, que por sua vez era o dia dos asmos, um sábado cerimonial e festivo conforme a Lei!

Foi depois deste Sábado cerimonial ou Quinta-feira (depois do pôr do sol), que as mulheres compraram e prepararam as especiarias, o que harmoniza com Marcos 16:1.

Facto: Havia mais “Sábados” festivos do que apenas o Sábado descanso semanal – o sétimo dia!

Um texto que em nossas versões esclarece melhor que os dias de descanso nas festas fixas, eram chamados "Sábados" acha-se em Levítico 23:32, por exemplo, ao dizer que o dia 10 do sétimo mês seria um Sábado para Israel: "Sábado de descanso vos será... aos nove do mês a tarde, duma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso Sábado."

Se esta era uma data fixa do mês, é obvio que podia cair em qualquer dia da semana e que seria um Sábado, um Sábado cerimonial, integrante de determinada festa.

Nós também temos feriados: o 25 de Abril não é sempre no mesmo dia da semana!

IV. Outra realidade profética: Jesus não podia morrer num dia qualquer!

O Messias foi morto no dia 14 do primeiro mês hebreu, chamado Nisã (o mesmo dia no qual o cordeiro da Páscoa era sacrificado sob o Antigo Testamento (Leia Êxodo 12:1-6) e isto podia acontecer em qualquer dia da semana. Tinha era que ser no dia 14!

Êxodo 12:1-6 “Ora, o Senhor falou a Moisés e a Arão na terra do Egipto, dizendo:

"Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Ao décimo dia deste mês tomará cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena demais para um cordeiro, tomá-lo-á juntamente com o vizinho mais próximo de sua casa, conforme o número de almas; conforme ao comer de cada um, fareis a conta para o cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras,e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembleia da congregação de Israel o matará à tardinha."

Mais...

O dia seguinte à morte do cordeiro da Páscoa, sempre era chamado de "Sábado". Isto determinamos com os seguintes versículos: "...No primeiro mês, aos quatorze do mês, pela tarde, é a Páscoa de Jeová. E aos quinze deste mês é a festa dos asmos. No primeiro dia tereis santa convocação: nenhuma obra servil fareis..." Levítico 23:5-7

Aqui o décimo quinto dia chama-se Sábado, e era "uma santa convocação", o qual contrasta com o versículo 24: "...ao primeiro do mês tereis Sábado, uma comemoração ao so
m de trombetas". Uma santa convocação significa um descanso e dia de reunião.

V. Os discípulos a caminho de Emaús:

Há mais uma referência no factor tempo, que está ligada a crucificação e ressurreição do Messias.

Esta foi feita por um dos homens que iam caminhando para uma vila chamada Emaús, no dia seguinte da ressurreição, enquanto Jesus, que não foi de imediato identificado, juntou-se e andou com eles. Iam, desconsolados, falando dos acontecimentos recentes que envolviam a morte e ressurreição de Jesus, quando disse: "E nós esperávamos que fosse Ele que remisse Israel, mas agora, sobre tudo isso, hoje já é o terceiro dia que estas coisas aconteceram..." Lucas. 24:21


VI. Os guardas à porta do túmulo:

Mateus 27:62-66 "...E no dia seguinte, que é o dia seguinte depois da preparação, reuniram-se os príncipes e sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para que não venham seus discípulos de noite e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro. E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda, ide guardai-o como entenderdes. E, indo eles asseguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra".

Assim, o tempo a contar dos dias posteriores, seria desde o dia em que a última coisa foi feita, relacionada com a crucificação, e esta era a que acabamos de assinalar: o selo do túmulo e o estabelecimento da guarda. Este facto passou-se na Quinta-feira.

Conclusão.

Jesus é o Cordeiro Pascal segundo as profecia e de acordo com os factos ocorridos.
Roma mais uma vez enganou-nos. Precisamos de voltar para a Palavra.
Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Está VIVO! É o nosso Rei.

Samuel Dias

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