segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Arrependimento ou hipocrisia?


Num desenvolvimento raro, no dia 15 de Novembro de 1994, o presidente austríaco, Thomas Klestil, pediu desculpas pela actuação da Áustria durante o Holocausto Nazi e reconheceu que “muitos dos piores carrascos da ditadura nazi foram austríacos. Ele fez este discurso diante do parlamento Israelita durante uma visita de três dias a Israel, a primeira de um chefe de Estado Austríaco. “Nenhuma palavra de desculpas jamais poderá apagar a agonia do Holocausto”, disse Klestil, “em nome da República da Áustria, eu curvo a minha cabeça com profundo respeito e profunda emoção diante das vítimas.” Cerca de 15.000 judeus moram na Áustria de hoje, comparados com os 180.000 em 1938. Cerca de 70 000 judeus austríacos morreram no Holocausto.

Série "Ódio e Anti-semitismo"
10/11 Arrependimento ou hipocrisia?
Extraído e adaptado de "Jerusalém, um cálice de tontear".
Dave Hunt

A Igreja Católica Romana afirma hoje que nunca nutriu qualquer tipo de anti-semitismo. É verdade que houve um líder recente do Vaticano que se expressou sobre algum tipo de erros do passado, n
o entanto, ele declara que o mal foi feito por “filhos e filhas da Igreja”, deixando a própria Igreja e os seus líderes incólumes. Estes últimos, por supostamente serem infalíveis, logo, não poderiam admitir erros sem destruir a credibilidade da própria Igreja Católica. O Vaticano II faz a seguinte declaração enganosa a respeito dos judeus: “É verdade que a Igreja é o novo povo de Deus, mas os judeus não deveriam ser classificados como rejeitados ou amaldiçoados, como se isso fosse interpretado das Sagradas Escrituras. (…) (A Igreja) deplora todos os ódios, as perseguições, as demonstrações de anti-semitismo direccionadas em qualquer época ou de qualquer fonte contra Judeus”.

Nada poderia ser mais hipócrita do que esta declaração. A Igreja firmemente condena “ódios, perseguições… anti-semitismo”, mas só de outros, não de si própria. Nenhuma menção é feita ao facto de que durante muitos séculos a Igreja Romana controlava a sociedade governando até reis e imperadores. A Igreja foi inspiradora e realizadora de um preconceito anti-judaico tão terrível quanto qualquer outro que o mundo já tenha visto. O Concílio Vaticano II faz parecer que a Igreja sempre se opôs ao anti-semitismo, quando na realidade aconteceu exactamente ao contrário.

Ao mesmo tempo que o Papa parece condenar o anti-semitismo passado, outros elementos poderosos dentro da Igreja denunciam tal mudança de atitude em relação aos judeus. Considere-se a seguinte declaração que exala o seu odor anti-semítico:

“Hoje, a Igreja Católica Romana está gemendo sob o peso de seus inimigos… que trabalham dia e noite para destruí-la… Esse inimigo causou perseguições, guerras, violências, revoluções, aberrações intelectuais e a decadência geral da sociedade humana. Essa peste na Igreja Católica e essa aflição de toda a humanidade… (é) o Sionismo, que está esperando o futuro Rei de Israel… (ele) é o eterno inimigo de todo o cristianismo. Esses são os assassinos de Cristo mesmo nos tempos modernos. Devemos mostrar o nosso completo desacordo com a Declaração do Vaticano II sobre os Judeus… (nós) somos obrigados a rejeitá-lo como um insulto aos seguintes papas que decretaram Encíclicas, afirmações e avisos contra os judeus: Honório III, Gregório IX, Inocêncio IV, Clemente IV, Gregório X, Nicolau III, Nicolau IV, João XXII, Urbano V, Martinho V, Eugénio IV, Calixto III, Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio IV, Pio V, Gregório XIII, Sixto V, Clemente VIII, Paulo V, Urbano VIII, Alexandre VII, Alexandre VIII, Inocêncio XII, Benedito XIII, Benedito XIV, Clemente XII, Clemente XIII, Pio VIII, Gregório XVI, Pio IX, Leão XII, Pio X e Pio XI.… aqueles judeus poderosos que conseguiram subverter a nossa instituição divina para servir os seus próprios fins… porque eles não cessam de blasfemar o nome de Jesus?... Eles não mencionam como instigaram as perseguições romanas; e o assassinato de milhões e milhões de cristãos nos países comunistas. Eles não mencionam as suas terríveis profanações dos locais santos na palestina…O plano judeu contra a nossa Santa Madre Igreja está chegando ao seu clímax pela sua penetração e influência entre o alto clero católico e dentro do Vaticano.” (St. Michael News, Março 1968, pág. 1,2)

O anti-semitismo toma várias formas. Uma das mais subtis é a falsificação da história na comunicação social e mesmo em livros escolares.

A Liga Anti-Difamação, recentemente, relatou um número recorde de actos de violência anti-semíticos… um pulo de mais de 10% durante 1994 (2066, comparados com 1867 em 1993) nos actos de violência, nas ameaças ou nos assédios contra judeus ou instituições judaicas nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo houve um grande número de acusações criminosas contra os judeus, do ponto de vista histórico. Vindo em sua defesa, a Associação Histórica Americana (AHA), condenou as recentes alegações falsas de que judeus tiveram um papel desproporcional no mercado de escravos africanos. Só duas vezes na história de 111 anos, o grupo com sede em Washington tomou tal posição pública num assunto histórico. Ambas as vezes ele se sentiu obrigado a vir em defesa do povo judeu. A AHA representa 18.000 historiadores e grupos envolvidos em documentar eventos históricos. Em 1991, ela condenou como falsas as afirmações de que o Holocausto nunca aconteceu ou que foi muito exagerado. Infelizmente a comunicação social dá extensa cobertura às recentes acusações, e quando é provado o contrário nem emitem qualquer desmentido.


5/11.   Os Macabeus.


Sem comentários:

Enviar um comentário