sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Martinho Lutero


Martinho ou Martim Lutero, o artífice da Reforma Protestante, nasceu a 10 de Novembro de 1483 em Eisleben e morreu na mesma cidade em 18 de Fevereiro de 1546.

Formou-se na Universidade de Erfurt e obteve bacharelado em Artes em 1502. Também estudou Direito, porém mais tarde entrou na Ordem dos Agostinianos e foi ordenado em 1507. Numa viagem que fez a Roma ficou exposto à ostensiva imoralidade e religiosidade que observou entre os clérigos católicos. 



Em 1512, na Universidade de Wittenberg, doutorou-se em Teologia e mais tarde na cidade de Wartburg dedicou-se à tradução do Novo Testamento para o alemão.

A coragem de Lutero.

Lutero revolta-se principalmente com o caráter mercantilizado das indulgências que o povo pagava à Igreja para a remissão dos seus pecados. Elabora 95 artigos e fixa-os na porta de Wittenburg em 31 de Outubro de 1517.

O Papa Leão X excomungou-o da Igreja de Roma em 1519 mas obteve o apoio de muitos imperadores regionais na Alemanha. Depois de muita confusão e guerras, muitas Igrejas Católicas foram transformadas em Igrejas Luteranas (ou Protestantes) a partir de 1521.

A Alemanha e alguns países nórdicos o Protestantismo Luterano tornou-se a religião oficial, o termo “missa” e grande parte da liturgia foram conservados, e também o batismo infantil, sendo Martinho Lutero o chefe da Igreja.

Lutero e os anabaptistas.

Os anabaptistas que estavam espalhados por toda a Europa, Boémia, Morávia, Suíça e Alemanha, preservavam fiéis às doutrinas das escrituras não aceitando os desvios da Igreja de Roma e viram inicialmente neste movimento uma oportunidade de sair da clandestinidade e perseguição pois eles pagavam um preço alto pela rejeição das doutrinas católicas pois isso 
significava muitas vezes o afogamento, decapitação e a fogueira.

Mas Lutero queria reformar toda a igreja e não juntar-se a um “pequeno movimento”, e também não aceitava o baptismo por imersão largamente difundido e propagado por estes corajosos defensores das Escrituras. Devido a esta rejeição Lutero ordenou a morte de mais de cem mil anabatistas em um só dia na Alemanha.

Lutero e os Judeus.

Lutero escreve ainda que aqueles que continuam aderindo ao Judaísmo "devem ser considerados como esterco.", escreveu ainda que eles são "cheios de fezes do diabo... chafurdam como um porco" e a sinagoga é "uma prostituta incorrigível" Ele argumenta que as suas sinagogas e escolas devem ser incendiadas, os seus livros de oração destruídos, rabinos proibidos de pronunciar sermões, casas arrasadas, e as propriedades e dinheiro confiscados. Eles não devem ser tratados com nenhuma clemência ou bondade, não permitir nenhuma proteção legal, e esses "vermes venenosos" devem ser dirigidos a trabalho forçado ou expulsos para sempre. Ele também parece tolerar o assassinato de Judeus, escrevendo "temos culpa em não matá-los."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobre_os_judeus_e_suas_mentiras )

Conclusão

Martinho Lutero foi corajoso, reformador e importante na viragem da história contudo não deixa saudades a muitos. Em muitos aspetos não foi diferentes de alguns Papas sanguinários.

Este personagem controverso deveria deixar-nos um alerta para a eventualidade de muitos de nós podermos estar na mesma condição de Saulo, porventura arrogantes nas nossas convicções e teimosos nas nossas práticas.

“Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério, ainda que outrora eu era blasfemador, perseguidor, e injuriador; mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância, na incredulidade; e a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e o amor que há em Cristo Jesus”.
I Timóteo 1:12-14

Por nossa parte estamos disponíveis para uma nova reforma. Uma reforma de amor, de perdão, de retorno à simplicidade, da humildade, do serviço ao próximo, da partilha do pão e de uma dependência genuína de Deus.

Este projeto, Cristãos Sionistas Portugueses, tem um cunho Evangélico (ou Protestante se quiser) muito forte. Mas como seguidores do Messias Judeu temos uma obrigação maior de reconhecer os erros do passado e apontar para a Graça e o perdão revelados pelo nosso Salvador, e que é para todos, para os JUDEUS e para nós. 


Nenhuma dimensão de amor que hoje possamos dizer que temos pelo povo judeu e por Israel pode apagar as nossas transgressões do passado. Apenas Jesus pode fazer com que o perdão inunde o coração do Judeu e do Gentio.

Samuel Dias


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